Dois
mundos
De sapato nos pés
ainda assim sinto espinhos
e grãos de areia da minha terra
tento avistar a catingueira
depois da curva da estrada
e só encontro a construção
de cimento e ferro sem vida
não há cancela nem bicho
não há luar nem cantiga
não há passarinho nem riacho
não há a natureza chamando
nem manhã de café torrado
o que tenho encontrado
que nunca conheço a razão
é o que chamam aos gritos
aos berros e bramidos roucos
doidos chamando os loucos.
Rangel Alves da Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário