*Rangel Alves da Costa
Não há como fugir do destino. Não há como se
esconder de seu olho, de sua mão, de seu querer. Por mais que a pessoa fale em
liberdade, em livre-arbítrio, em fazer o que quiser, eis que ele vem e laça e
enlaça. Imagina-se ser acaso, ser eventualidade ou acontecimento fortuito da
vida, mas tão somente a ação do destino. Oculta e silenciosamente, no segredo
sagrado, na névoa desconhecida, assim ele chega, assim ele age. Diz-se do
encontro casual, esquecendo-se de dizer da ação do destino. Diz-se dos
encontros inesperados e dos olhares por mera acaso, mas esquecendo-se de dizer
que ali a ação do destino. Maria encontrou João num lugar que jamais esperaria
que acontecesse. Ela passou por um local que dificilmente passa, quando ele
veio numa direção que dificilmente caminha. Um soprado pela estranha força, o
outro conduzido por um mistério. Num olhar repentino, num cruzamento qualquer
da vida, eis o querer, o desejo, o amor, a paixão. E o que se diz por que foi
assim que tinha de acontecer, que se diga que assim porque o destino quis.
Basta abrir a janela e ao querer do destino tudo mudar. Cai uma flor do nada,
surge do nada um motivo. E um encontro. Tudo conduzido pela força e pela mão
misteriosa do destino.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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