SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



segunda-feira, 3 de julho de 2017

Palavra Solta - meus cafezinhos


*Rangel Alves da Costa


Sou verdadeiramente apaixonado por café. E bebo café desde as três da manhã quando acordo até já depois do entardecer. Na noite não, não sei porque. Acordo quase na madrugada e a primeira coisa que faço é cair debaixo do chuveiro, faça frio ou não. Depois o café certeiro, forte, sem açúcar, porém em xícara pequena. Daí os meus afazeres do dia, sempre começando assim. De meia em meia hora mais um cafezinho para, entre a fumaça do cigarro e a busca da memória, ir dedilhando palavras. Gosto de café desde muito. Um gosto que vem desde as terras sertanejas de onde vim. Lá, noutros idos do tempo, era café batido em pilão, peneirado em quintal, preparado em fogão de lenha, saindo da chaleira bem grosso, encorpado, perfumado, gostoso. Lá já não se faz um café assim, mas o gosto não desapareceu em mim. Por isso que trouxe pra cidade grande esse hábito de quase toda hora. Talvez o café me desperte a palavra, ative a memória, faça funcionar melhor o pensamento. Não sei. Apenas sei que já vou colocar água pra ferver, de pouca fervura, para depois preparar mais um cafezinho. Como disse, bem forte, sem açúcar, em xícara pequena.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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