*Rangel Alves da Costa
Neste sábado, e uma noite de solidão. Estou
no sertão e resolvi não sair nesta noite de sábado. Onde estou não há mais
ninguém além de mim. Sentado à mesa, dedilhando o teclado, pela janela adiante
ouço vozes, pessoas que passam, vidas adiante. Não me animei a sair por
diversas razões, mas principalmente pelo desejo de permanecer recolhido. Minha
namorada brigou comigo e disse que terminou. Não sei. Nestes cerca de oito
meses que estamos juntos, ela já terminou nada menos que umas cinquenta vezes.
Sempre retorna. Não sei agora. Acaso estivesse comigo, certamente também não
sairíamos para noitada alguma. E aqui estaríamos nos encontrando entre palavras
e afagos. Mas assim mesmo. Decisão dela, tudo bem, respeito. Ante tal situação,
eu bem que poderia ir a um barzinho ou mesmo à praça principal reencontrar
alguns amigos. Mas achei melhor que não. Não me pareço disposto a nada. Depois
de três dias seguidos de chuvas, o tempo está frio e pouco inspirativo mais
adiante. Daí que permaneço aqui, de vez em quando levantando para uma coisa ou
outra, tecendo palavras, dedilhando memórias e proseados, para deitar logo
mais. E na minha rede sonhar ou apenas dormir. Ou tão somente adormecer mais
essa solidão. Assim mesmo. Tudo passa ou tudo continua.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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