*Rangel Alves da Costa
Já passam das seis da noite. A lua bonita, o frescor da brisa
noturna, um céu que se enfeita de estrelas. Talheres são remexidos, toalha nova
retirada do armário, louças, castiçal, velas perfumadas. Alguém virá para o
jantar. Os minutos correm, o tempo avança, a noite se fecha em negrume. Mas
nada de toque à porta, nada da companhia tocar, nenhum sinal de alguém chegando
para o jantar. Não demora muito e uma mão trêmula aperta o pavio da vela acesa,
sopra os restos das chamas. Não demora muito e a música se transforma em
silêncio e todas as luzes são apagadas. Olhos molhados se derramam em lágrimas
tristes. Um soluço, outro soluço. Até o corpo adormecer sobre o sofá e
sobressaltar-se com o nada acontecido. Sempre assim, No dia seguinte assim
também será. Mesa arrumada, louças, castiçais, velas acesas, música. E nada de
a porta se abrir, nada de alguém chegar. A não ser a solidão, solidão,
solidão...
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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