*Rangel Alves da Costa
Que horror, que espanto, meu Deus! Tudo aqui tão vivo, tão presente,
tão bonito, tão inteiro, e de repente caído ao chão, quebrado, estilhaçado,
espatifado. A vida tem dessas coisas. Tais espantos, surpresas arrebatadoras,
acontecidos inesperados, tudo tão comum na vida. Ora, a vida é frágil e
assemelha-se a uma louça, a um cristal, a um vasilhame, a um vidro qualquer que
se desprende da mão e arrebenta ao chão. Ao chão da vida, ao chão da existência.
E difícil demais – até impossível – fugir desta sina, deste fadário. E o pior é
que nossa tão frágil louça não está somente em nossas mãos, sob nosso cuidado,
mas de repente atingida pelas ventanias outras e pelos inesperados da
existência. Por isso que estamos inteiros e de repente já somos cristais
quebrados. Infelizmente assim acontece na vida. Preocupações quebram nossos
cristais, desamores quebram nossas vidraças, perdas quebram nossas louças. Até
que de repente tudo se quebra com a queda – ou a subida – da própria vida.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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