*Rangel Alves da Costa
A passagem de ano é sempre marcada por
costumes, tradições e rituais que, segundo acreditam, têm o dom de transformar
o ano novo em verdadeiro maravilhamento. Assim é que uns vestem roupas brancas,
amarelas, douradas, da cor do céu. Já outros pregam dinheiro na roupa, cartões
de crédito e até cheques. Uns passam a entrada de ano na beira da praia,
descalços, lançando oferendas ao mar. Outros se encharcam de perfumes, de
champanha, de cerveja. Sem esquecer que alguns abraçam e beijam todo mundo que
encontrar pela frente, desejando a conhecidos e desconhecidos o paraíso na
terra. Tudo bem, é costume, é tradição. Alguns chamam isso de exagero, de
desnecessidade, de falar de coisa melhor a fazer. Realmente, respeitando-se os
rituais religiosos, muito do que se vê é apenas um auê, um festim e até um mero
exercício de falsidade. Ora, a pessoa passa o ano todo sem falar com a outra ou
até falando mal, e de repente vem com um abraço encharcado de falsidades.
Melhor seria que cada um chegasse ao final do ano revestido apenas da pele de
sua alma: caráter, honradez, dignidade. E todo o ano novo abriria
prazerosamente suas portas para o merecimento passar.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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