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domingo, 31 de dezembro de 2017

Palavra Solta – roupas, brilhos e oferendas de ano novo


*Rangel Alves da Costa


A passagem de ano é sempre marcada por costumes, tradições e rituais que, segundo acreditam, têm o dom de transformar o ano novo em verdadeiro maravilhamento. Assim é que uns vestem roupas brancas, amarelas, douradas, da cor do céu. Já outros pregam dinheiro na roupa, cartões de crédito e até cheques. Uns passam a entrada de ano na beira da praia, descalços, lançando oferendas ao mar. Outros se encharcam de perfumes, de champanha, de cerveja. Sem esquecer que alguns abraçam e beijam todo mundo que encontrar pela frente, desejando a conhecidos e desconhecidos o paraíso na terra. Tudo bem, é costume, é tradição. Alguns chamam isso de exagero, de desnecessidade, de falar de coisa melhor a fazer. Realmente, respeitando-se os rituais religiosos, muito do que se vê é apenas um auê, um festim e até um mero exercício de falsidade. Ora, a pessoa passa o ano todo sem falar com a outra ou até falando mal, e de repente vem com um abraço encharcado de falsidades. Melhor seria que cada um chegasse ao final do ano revestido apenas da pele de sua alma: caráter, honradez, dignidade. E todo o ano novo abriria prazerosamente suas portas para o merecimento passar.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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