*Rangel Alves da Costa
Minha história é feita de história, é cheia
de história, é vivida e vivenciada na história. Sigo os passos de meu pai
Alcino como se ele ainda estivesse adiante a me chamar. É pelos sertões que ele
tanto amou que também caminho com amor maior. Não fico com raiva acaso me
chamem de matuto, de caipira, de sertanejo. Sou isso tudo com muito orgulho e
prazer. Não há caneta dourada nem folha timbrada de papel que seja mais bonita
que a simplicidade da terra, do homem e sua história. Sou assim desse mundo, de
um mundo tão sertão, tão cangaceiro e missionário, tão saga e tão vindita, que
pareço fincado no chão e não na feiura do cimento e ferro. Eis-me, aí, numa
casinha, à porta de uma casinha tão carcomida de tempo. Eis-me, aí, de rosto
envernizado pelo sol escaldante nos rincões dos nazarenos, nas distâncias
cimentadas pelos passos de volantes e cangaceiros. Na moldura do tempo, os
restos que significam mais, muito mais, que qualquer pujante arquitetura que
nada consegue dizer. Digo-lhes, pois, que nesta murcha flor sertaneja é que
está o mais belo jardim: o jardim da história mais rica que possa existir. E
não há florada que me encha de contentamento maior.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário