*Rangel Alves da Costa
De vez em quando sigo junto ao portão e mais adiante
eu avisto um templo nublado, sombrio, prenunciador de chuvas. Mas já se demora
demais sem cair qualquer pingo. As nuvens se mostram mais escurecidas, os
horizontes entristecidos, uma feição melancólica. Creio que vai chegar a noite
e nada de chuva, nada de terra molhada ou de águas se derramando pelo asfalto.
Dias existem que são assim, percorrem sombreados, anuviados, mas depois nada
acontece, apenas deixando no espírito e na alma uma sensação mais nostálgica e
triste. Noutros dias assim, com esta mesma feição, de repente eu sentia me
molhar sem que as chuvas caíssem. De repente eu começava a chover, meus olhos
choviam, todo o meu ser se encharcava. Mas nunca mais chorei. Tempo, porém, que
o restante do dia, principalmente ao anoitecer, seja de trovoada. Dentro e por
cima de mim.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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