A saudade pela estrada
Primeiro passou a
boiada
depois passou o
tropel
depois passou
duas reses
depois vaqueiro e
cavalo
depois passou uma
vaca
depois um cavalo
sozinho
depois um triste
vaqueiro
depois mais nada
passou
depois só o vento
passou
nenhum mugido do
gado
nenhum aboio de
vaqueiro
nenhuma réstia
dos tempos
onde as veredas e
estradas
eram do boi e da
boiada
eram do cavalo e
vaqueiro
aquele olhar tão
tristonho
chorando quando
nada passou
um dia fechou a
janela
no mesmo dia a
porta fechou
e também seguiu
pela estrada
na solidão dos
desalentados
e assim foi
sumindo de tudo
como tudo passa e
tudo morre
e na poeira vai
ficando apenas
as saudades
daqueles sertões.
Rangel Alves da
Costa
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