*Rangel Alves da Costa
Que moça mais linda, toda charmosa e
perfumada, sentadinha à porta de sua casa, ali na Rua Deoclides Lucas, debaixo
do sombreado. Toda vez que a encontro tenho que abraçar, tenho que acarinhar, e
pra ela escrevi uma coisa assim: Em Curralinho foi princesa e a Chico Bilato
encantou, logo o rapaz ribeirinho por ela se apaixonou, e não durou muito tempo
com a bela Judite casou. Chico vendia cajuína, goiabada da boa e tudo que o vento
levou, e a sua Judite faceira ficava avistando a chegada do vapor. Um tempo em
Curralinho em que a beleza reinou, havia comércio grande e nas igrejinhas
louvor. Foram nascendo os filhos com carinho e muito amor, depois uma filharada
que nem tabuada somou. Chico era político, metido a vereador, Judite dona de
casa e mãe de maior primor. Um dia Chico Bilato a sua bodega fechou e para Poço
Redondo com a família arribou, abrindo novo comércio e na política o fervor.
Judite tinha saudade da beira de rio que deixou e ainda sente muita daquela
raiz que vingou, mas estava com os seus e os novos tempos suportou, convivendo
ladeada de sua família em flor. Mas num dia de tristeza, seu Chico Bilato voou,
no céu foi ser passarinho, e Judite tanto chorou, mas cada filho ao lado a sua
lágrima enxugou. Hoje não há tristeza, um novo tempo brotou, já são netos e
bisnetos na família que aumentou, e na sua face alegre um tempo que não passou,
pois continua jovial e com coração em fervor, sempre cheia de esperança na fé que
Deus lhe doou, não perde missa ou procissão, lado a lado com o andor. Assim é
Dona Judite, que ao meu coração encantou, desde que eu era menino e meu olho
avistou a mulher encantadora que nunca um sorriso negou, com palavras sempre
belas, outra mãe que Deus mostrou. Hoje já não é princesa, pois ao reinado se
elevou, e uma bela rainha que Poço Redondo sempre amou.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário