*Rangel Alves da Costa
No Livro do Eclesiástico, 33:13-14, há uma
síntese do quanto o ser humano, ao invés de imaginar dono de si, está sempre na
dependência da vontade e do desejo de Deus. Vejam, então: “Como a argila está
nas mãos do oleiro para que a molde e dela disponha a seu bel-prazer, assim o
ser humano está nas mãos de quem o fez”. Quem o fez? Assim, Deus, oleiro do
mundo, tendo o homem em suas mãos, o fez à sua imagem e semelhança, o fez bom,
digno, honrado, o fez humanizado e não desumanizante. Contudo, de suma importância
que o homem, existindo por permissão divina, saiba compreender melhor a lição.
O oleiro molda o pote, a moringa, o alguidar e a bacia, por exemplo, não para
ser em seguida quebrado, e sim para uso cotidiano. E o homem moldado por Deus,
será que lhe é permitido ter outra destinação na sua existência? Logicamente
que não, pois toda transgressão humana foge aos desígnios de Deus e por Este
será combatido no tempo certo. O pote foi para a água e não para o veneno, a
moringa foi para a água e não para o sangue. E o homem foi para a fraternidade,
o amor e a compaixão, ou para a brutalidade, a violência e o desregramento? Por
isso é preciso muito cuidado com as arrogâncias, com os egoísmos e as soberbas.
De repente o pote se quebra e ninguém sequer imagina como um simples sopro de
vento o fez despedaçado ao chão. Ou de repente a chama da vela apaga.
Precisamos pensar mais sobre tudo isso.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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