*Rangel Alves da Costa
A prostituta. O que será uma prostituta? A
prostituta é uma mulher qualquer. Qualquer por que igualmente mulher, por que
do sexo feminino, por que pessoa comum, por que pessoa normal. A prostituta é uma
mulher da vida. Ora, vivente, existencial, entre todos, presença, da vida em
plenitude. A prostituta é uma mulher safada. Sim, pode ser safada não por ser
prostituta, mas gastada como outra mulher qualquer. A safadeza é só pelo ato do
sexo, pelo ato da carne, pelo ato da facilidade, pelo ato comercial que se
reputa? Não, pois muita prostituta, mesmo levando a peja de safada, tantas
vezes é muito mais digna e honrada que outras mulheres que se revestem de
santidade. Houve, sim, um tempo em que a prostituta era tida como o escárnio
social, o grande mal entre as pudicas e recatadas, mas o que o mundo fez senão
aproximar as ações e as atitudes como relação ao sexo? Atualmente, tão
promíscua e obscena é a sociedade que se quer deixa indubitável os limites da prostituição
e da busca comum do prazer. Será que a prostituta é somente aquela do cabaré,
do programa, da esquina e da casa da luz vermelha? Mero engano. O mundo
afeiçoa-se muito mais a um prostíbulo do que se imagina. Qual o valor do sexo
para muitos e muitas? O mesmo valor de um instante e de um esquecimento.
Nenhum.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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