*Rangel Alves da Costa
Muito sangue é derramado como um brinquedo
qualquer. Por causa de um celular, a vida é retirada como um papel de bala que
se joga fora. Por causa de uma bicicleta, a vida é lançada fora como um pedaço
amassado de papel. Por causa de um tênis, a vida é dizimada como se uma barata
pisoteada. Tudo simples assim na maldade, na barbárie, na violência sem fim.
Pais ou mães de família, pessoas compromissadas com a existência, jovens
estudantes, sonhos e esperanças ainda florescentes, mas de repente simplesmente
de vidas ceifadas pelo brinquedo da morte. O mais terrível é a motivação para a
morte, para simplesmente matar. Um telefone que vale mil reais é roubado e seu
dono morto para depois o celular e a vida não ter a valia além de uma porção de
droga, de vinte reais ou de qualquer coisa banal. O rastro de sangue é deixado
pra trás por causa de nada, do ínfimo perante a grandeza e a nobreza de uma
vida. Mas é assim que acontece. Dois dias atrás perdi uma prima pelas mãos de um
marginalzinho de apenas treze anos, mas com perversidade de adulto já entravado
no mundo do mal. O bandido quis o celular, ela reagiu e foi morta. Uma esposa e
mãe, uma pessoa que tão cedo se foi pelo modismo do sangue como um brinquedo
qualquer.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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