O
voo
O pássaro errante
de voo esvoaçante
pousou na minha casa
me pôs em sua asa
e subiu comigo
dizendo ser amigo
e sumiu no céu azul
tanto norte e tanto sul
voou por todo lugar
para depois retornar
e me deixar no chão
com a minha solidão
aqui onde a tristeza
é prato e sobremesa
onde viver é tormento
em meio ao sofrimento
e num final de tarde
me veio a vontade
de voar sozinho
sair desse meu ninho
então subi ao monte
avistei o horizonte
corri de asas abertas
nas nuvens tão incertas
me fiz de passarinho
buscando um novo ninho.
Rangel Alves da Costa
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