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sábado, 15 de novembro de 2014

Memória do tempo (Poesia)


Memória do tempo


Quem me dera esse asfalto
ser uma vereda com flores do campo
esse edifício de cimento torto
ser uma árvore tomada de frutos
e essa gente tão cheia de si mesma
ser passarinhos e borboletas arco-íris
quem dera essa vida tão desumana
ter o encanto de uma manhã singela
um alvorecer que se abre no horizonte
e chama o olhar a reconhecer-se feliz

mas eis o passo do tempo e do homem
mas não vou adiante nessa estrada
quero apenas meus pés no chão
minha roupa no varal do entardecer
e ser apenas o que sempre fui
um menino do mato no seu ninho.


Rangel Alves da Costa

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