Memória
do tempo
Quem me dera esse asfalto
ser uma vereda com flores do campo
esse edifício de cimento torto
ser uma árvore tomada de frutos
e essa gente tão cheia de si mesma
ser passarinhos e borboletas arco-íris
quem dera essa vida tão desumana
ter o encanto de uma manhã singela
um alvorecer que se abre no horizonte
e chama o olhar a reconhecer-se feliz
mas eis o passo do tempo e do homem
mas não vou adiante nessa estrada
quero apenas meus pés no chão
minha roupa no varal do entardecer
e ser apenas o que sempre fui
um menino do mato no seu ninho.
Rangel Alves da Costa
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