*Rangel Alves da Costa
De repente me veio a ideia de que muita
obra-prima existente no mundo é de autoria da droga, e não do artista da letra,
da canção, da pintura, da literatura. Tudo nascido pelo que o delírio e o
êxtase ditaram para ser feito. Com efeito, inegável que durante a ação mais
contundente da droga, quando certamente a pessoa planava fora de si, como por
encanto ou encantamento muita coisa foi produzida e mais tarde reconhecida como
genialidade. Mas genialidade de quem, da droga ou do drogado? Imagine-se alguém
totalmente domado pelo efeito do entorpecente, sem condições sequer de qualquer
pensamento válido, tomar para si a pena, o pincel ou o teclado e fazer surgir a
obra-prima. Quem será o autor da obra-prima, o entorpecente ou o entorpecido?
Por isso mesmo que grande parte da genialidade roqueira, por exemplo, nada tem
de autoria pessoal. Tudo produzido pelos fantasmas em instantes de abismos e
absurdos.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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