*Rangel Alves da Costa
As ilusões perdidas se alastram como
desesperanças. Quem necessitar ter esperanças, que se contente com as ilusões
achadas. Quando mais jovens, geralmente na fase adolescente, as pessoas
costumam sonhar e fantasiar situações que, se realmente acontecidas no futuro,
tornariam a vida plena de felicidades. São as ilusões, as quimeras, as
fantasias. São os sonhos, os desejos, as expectativas futuras. Com o passar dos
anos, contudo, tudo vai se revelando distante, difícil de ser conseguido, numa
impotência que chega a doer na alma e desacreditar que seja possível conseguir
além do simples viver. Muita gente abandona mesmo o sonho. Outra parte insiste
e persiste, ainda que pouca ou quase nada consiga do almejado. Em situações
tais, quando os grandes sonhos parecem irrealizáveis, não resta outra coisa
senão viver das ilusões achadas. Ou das pequenas ilusões casualmente
experimentadas. Ante um mundo tão difícil de ser vivido, ante as tantas dificuldades
que surgem, qualquer conquista é comemorada, festejada como grande vitória. São
as pequenas ilusões achadas em meio às descrenças e às devastações das
esperanças.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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