Retrato
com janela aberta
Sou alguém que sempre chega
e encontra a janela sempre aberta
com aquele vaso de flores mortas
perante uma solitária cadeira
que ao desalento se embala
como testemunho de um tempo
que se repete em silêncio e solidão
e fico imaginando aquele olhar
que partiu deixando suas flores
e sua janela aberta ao entardecer
e tudo dolorosamente se repetindo
em meio ao silêncio e à solidão
com um salmo amarelado de tempo
e um lenço de uma lágrima antiga.
Rangel Alves da Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário