*Rangel Alves da Costa
Parece nome de filme ou de livro famoso: o
último pôr do sol. Mas ontem ao entardecer eu quis vivenciar esse instante no
meu sertão. Segui pela estrada de chão e no meio da mataria, numa elevação,
comecei a mirar a partida do último sol do ano. E que beleza e que
encantamento. Aos poucos - e pouco a pouco – aquele amarelado crepuscular se
tomando de alaranjado, depois vermelhando, para depois foguear, soltar
labaredas entre as nuvens, latejar saudades e emoções, para em seguida ir se
transformando apenas numa bolinha avermelhada. Numa bolinha de fogo morto, numa
bolinha de chama em adeus e despedida. E para mim o ano foi embora naquele pôr
do sol sumindo ao longe, desaparecendo perante o olhar. Então orei em silêncio,
chorei em silêncio, meditei a vida e a existência. E na pedra fiquei até as
sombras da noite tomar os espaços e o negrume enluarado descer. No caminho de
retorno, ainda com o último pôr do sol na mente e no olhar, perguntei ao tempo:
somos um sol que se põe?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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