De sol e de seca
Sol levantou
e tudo devastou
fogo no chão
da insolação
mato em graveto
bicho esqueleto
triste mugido
animal sofrido
rosário de fé
prece da mulher
menino chorando
tudo desandando
na fome e na sede
barro de parede
dia após dia
em tudo agonia
cadê trovoada
cadê invernada
nada de semente
só seca inclemente
e o amanhã
esperança vã
sem pingo d’água
no olho a mágoa
cadê o viver
no lugar do sofrer
de Deus o destino
desse desatino
Ele a tudo vê
e vai fazer chover
Deus da salvação
do mundo sertão.
Rangel Alves da Costa
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