*Rangel Alves da Costa
Muito conhecido é o poema Quadrilha, de
Carlos Drummond de Andrade, onde o mestre traça o perfil de amores que
encontram e se diluem: “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que
amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados
Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para
tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha
entrado na história”. Mas o que dizer nos dias atuais, onde os amores são
demasiadamente volúveis, os quereres são apenas descartáveis, as relações são
quase que meramente sexuais, sem contar o fato das pequenezas e traições que avultam
a cada passo? Então: João conheceu Maria que nem bem conhecia João e foi pra
cama com ele. Na manhã seguinte Maria se esqueceu de João ao encontrar Paulo,
que havia deixado Lurdes vendo estrelas da janela. Mas Paulo ficou pouco tempo
com Maria, pois este conheceu João e por ele se apaixonou. E Paulo e João só
viveram felizes para sempre por que ninguém sabia quem era o homem ou a mulher.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário