*Rangel Alves da Costa
A Operação
Carne Fraca trouxe mais espanto que surpresa. Espantou pela forma ardilosa
utilizada pelos frigoríficos em busca do lucro a todo custo, vendendo gato por
lebre e empanturrando de doenças pessoas que confiavam no consumo de seus
produtos. Contudo, não há surpresa alguma. Desde o vendedor de feira livre ao
açougue ou grande frigorífico, tudo se utiliza de meios ardilosos para
ludibriar o povo. Rouba-se no peso como se rouba no preço, rouba-se na
aparência como se rouba na qualidade, rouba-se em tudo. E quem deveria esperar
coisa boa vinda dentro de um embutido, de uma salsicha, de uma mortadela. Muito
se comenta em carne de cachorro, de cavalo, de gato. Quem sabe? Agora se sabe
sobre a química mortal utilizada, sobre papelão e outras armadilhas lançadas ao
consumidor. O problema é que todo mundo tem de comer e por isso vai ingerindo
tais porcarias. Entretanto, por que não se lançar também uma operação policial
para investigar os engarrafadores de água mineral, os vendedores de espetinho,
os fabricantes de refrigerantes e de cervejas, os alambiques e tudo o mais.
Indaga-se: será mesmo leite aquele líquido branco vendido com leite ou será cal
mistura a água? Contudo, a operação principal deveria ser para averiguar os
rótulos de produtos e o que eles verdadeiramente contém, suas medidas,
quantidades e tudo o mais. E então se verificaria que o que se bebe ou se come
não tem daquilo que é apresentado na descrição dos ingredientes. Também pessoas existem que deveriam ser objeto
de operação. Há muita gente por aí que só pode ser falsificada, corrompida no
rótulo e na interiormente. Não há como pensar diferente.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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