*Rangel Alves da Costa
Mesmo sem
chuva, agora chove. Não sou poeta. Não sou romântico. Não sou maluco. Mas agora
chove, mesmo sem chuva. Simplesmente por que eu quero que chova. E dependendo
de como eu esteja, sempre chove quando desejo. Mas não em todas as noites, em
todas as tardes, em todos os instantes. Para chover sem chuva há de estar
silencioso, nostálgico, reflexivo, meditativo. Há de estar solidão, há de estar
tristeza, há de estar saudade. Somente assim é que faço chover sem chuva.
Coloco uma música clássica, bem baixinha, acendo uma vela, um incenso,
entreabro as cortinas, começo a olhar a vidraça. E de repente os pingos começam
a descer pela vidraça. Mas não tenho certeza se são os meus olhos molhados que
criam tão ilusão. Só sei que chove, mesmo sem chuva.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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