*Rangel Alves da Costa
Todo poder
é podre. O termo podre vem de poder, e poder vem de podridão. Assim, a
putrefação do poder vem do poder que apodrece. Do pomposo nome poder, o que lhe
resta além da aparência é de enojar qualquer um. Basta retirar o estame da
aparência e nada mais se encontra do que a carniça, o verme, o enojado. E desde
as partes mais visíveis às invisíveis, desde o que emerge ao que se mantém
escondido. Quer dizer, a podridão está desde o centro do poder às suas
subalternas entranhas, mas sem diferenciar sua asquerosidade. Logicamente que o
povo se ilude com a aparência e até preserva e conserva o poder. É também o
povo que escolhe a melhor aparência para entronizar como poder que lhe rege.
Contudo, o poder não passa de um falso ídolo, de charlatão que vive de
aparência. A percepção desse fato se torna incontestável quando suas entranhas
são expostas e começam a surgir os maus cheiros da corrupção, a fetidez das
espertezas, a asquerosidade das ilicitudes, a putrefação em nomes do mais alto
ou mais baixo escalão. Tudo podre, tudo imprestável. Tudo carcomido de vermes,
tudo imprestável. Contudo, ainda assim é o poder assim que alimenta a nação.
Por isso que a nação tornou-se incuravelmente doentia, maculada de vez pela
podridão do poder.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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