*Rangel Alves da Costa
Desde
muito não há nenhuma necessidade de se fazer previsão do tempo para o sertão
sergipano. Tenho notícias que nesta terça-feira o sol desceu sobre a terra e
quase incendeia tudo. Mariinha endoidou de tanto calor e correu nua pelo meio
da rua gritando por socorro. Cremença levava cuia d’água à mão por todo canto
que ia. De vez em quanto pingava um tiquinho na cabeça. O picolé derreteu, a
geladeira não tem serventia, ventilador só sopra um queimor insuportável. E
todo dia assim, apenas sol escaldante, um calor de vulcão e todo parecendo que
vai incendiar a qualquer momento. E incendeia mesmo. As labaredas sobem nos
monturos e onde houver madeira seca. A renda da saia de Joaninha começou a
pegar fogo e foi um deus nos acuda. E o doido, que não se sabe como ainda
suporta subir no alto da pedra, diz sorridente: quando tudo virar carvão é que
vou acender o fogo. Então, diante do terrível quadro demonstrado, qual será
previsão do tempo para o sertão sergipano amanhã, depois e depois? Calor, fogo,
labareda, um fim de mundo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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