*Rangel Alves da Costa
A gramática nem sempre comunga com o comum da vida. Nem sempre é
possível se ater a normas, regras, rígidas conjugações, cultismos exacerbados.
Por isso mesmo que se os sinais de pontuação se apresentam bem mais flexíveis
perante cada ser humano. No seu dia a dia, perante cada situação de vida, ele
pode escolher o melhor lugar para colocar sua vírgula, seu ponto e vírgula e
seus pontos finais. Eu, por exemplo, já cansei, já me exauri, de tanto colocar
vírgulas para permitir continuidades, de colocar pontos e vírgulas na intenção
de não permitir um desfecho imediato. Mas, como dito, já cansei de agir. Agora
chega de vírgula e ponto e vírgula, bastando-me os pontos e pronto. Ao invés de
postergar, de esperar, de dar chances, de me permitir duvidoso, de chamar
incoerências, de agora em diante decidi que somente os pontos podem resolver,
de uma vez por todas, as situações. Quando muito, um ponto continuando, mas
sempre no sentido de algo anovo, de recorte no passado e vivenciamento de uma
nova experiência. E, por fim, o ponto final. E ponto final todas as vezes que,
por exemplo, o amor desandou e já não se sustenta em si mesmo. E como não há
como forjar ou forçar o desejo, o querer, a vontade, então um ponto final.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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