*Rangel Alves da Costa
Do alto mais alto da montanha, eis que avisto
o mundo abaixo e seus arredores, e silenciosamente digo ao silêncio em tudo:
Que Salmo mais belo que o mundo perdeu, que Salmo mais esplendoroso que o homem
do mundo perdeu, que escrita sagrada mais encantadora que deixou de ser lida
pelo mundo e pelo homem do mundo. O Salmo da Vida. Sim, aquele mesmo Salmo que
não foi escrito mas que diz que ao homem foi dada a existência para que realmente
existisse e não se mantivesse apenas como destruidor de suas próprias sombras. Sim,
aquele Salmo que não está em nenhum livro sagrado mas que diz que o mundo nascido
em jardim foi desfolhado e ressequido por aquele que deveria regar suas flores
e seus perfumes. Sempre o homem como algoz de si mesmo, como seu ferro tomado
de ferrugem, como seu espelho quebrado e sem luz. Por isso que o vejo na
empáfia e no desmedido orgulho, uma dourada vitrine que nada mais é que o seu
próprio entulho. Tanto orgulho, tanta soberba, tanta altanaria, e caminhando ao
abismo por ele mesmo criado.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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