*Rangel Alves da Costa
O homem é pedra dura e como moldá-lo a viver sem
a insensível dureza? O homem é petrificado e como torná-lo homem sem a insensível
rispidez? O homem é pedra dura e como enternecê-lo sem tirar sua humana feição?
O homem é pedra dura e como mostrar que não vai além de pó sobre pó e que o pó
tornará? O homem é pedra dura e como transformar sua insensibilidade em
racionalidade e compreensão? O homem é pedra dura e como quebrar a dureza da
pedra e plantar flores sobre os seus restos de arrogância? O homem é pedra dura
e como encontrar um sorriso por cima do musgo enegrecido do orgulho e da
vaidade? O homem é pedra dura e como torná-lo em outra coisa que não apenas
pedra e tão dura? O homem é pedra dura e como mostrar que a simples e
silenciosa brisa vai transformar seu insensível ser num ser de sentimentos e
cordialidades? O homem é pedra dura e como não querer ser igual a pedra? E como
não ser pedra? E como não deixar que as durezas tomem o lugar da sensível pele da
ternura e do afeto? Mas não existe pedra tão dura assim. O ferro enferruja e se
retorce e some. O diamante perde sua beleza quando mal lapidado. A pedra
esvai-se no pó e vai sumindo na ventania da desimportância. E com o ser humano,
um ser tão frágil como o segundo, não é diferente.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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