Na
distância
Colhi flores ao amanhecer
chupei manga madura no pomar
caminhei pelos arredores da vida
tomei banho nas águas do rio
e sonhei voar com a revoada
mas tudo tão distante agora
tudo de um tempo adormecido
que hoje pareço ser outro
sem a doce infância e a mocidade
escrevi versos sobre o passado
e um livro sobre a saudade
mas cada folha voou no outono
e fiquei juntando os restos de mim
na solidão que alimento a cada dia
e no silenciar de um coração
que se fez sino e relógio antigo
me despertando para recordar
o que fui e que já não sou.
Rangel Alves da Costa
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