Na
esperança
Bebo no copo
porque não tenho o cálice da boca
cheiro a flor
porque não tenho
perfume de corpo
trago a bebida
porque não tenho o lábio para beber
olho a paisagem
porque não tenho a face para apreciar
toco na madeira
porque não tenho a pele para acariciar
mordo a fruta
porque não tenho um corpo para beijar
amo o acaso
porque não tenho um amor para amar
afago a brisa
porque não tenho mãos para acariciar
assim a vida
porque a ausência traz qualquer presença
e na esperança
abraça-se à ilusão para não desesperançar.
Rangel Alves da Costa
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