SAIA DO SOL E DA CHUVA, ENTRE...

A morada é simples, é sertaneja, mas tem alimento para o espírito, amizade e afeto.



domingo, 31 de agosto de 2014

Na esperança (Poesia)


Na esperança


Bebo no copo
porque não tenho o cálice da boca
cheiro a flor
porque não  tenho perfume de corpo
trago a bebida
porque não tenho o lábio para beber
olho a paisagem
porque não tenho a face para apreciar
toco na madeira
porque não tenho a pele para acariciar
mordo a fruta
porque não tenho um corpo para beijar
amo o acaso
porque não tenho um amor para amar
afago a brisa
porque não tenho mãos para acariciar
assim a vida
porque a ausência traz qualquer presença
e na esperança
abraça-se à ilusão para não desesperançar.


Rangel Alves da Costa

Nenhum comentário: