Na
noite
Depois de beijar o cálice
de beber do vinho e veneno
o lábio beija a fotografia
e o retrato vai se encharcando
com a enxurrada do olhar
até se transformar em grão
que jogado na chuva lá fora
vai escorrendo pelos canteiros
feito poesia de dor e tristeza
ou pétala morta que se vai
pelas escuridões dos esgotos
até reencontrar seu destino
de cruel abandono e solidão
e a noite vai gemendo aflição
o cálice se derrama sozinho
flor de adeus na escuridão.
Rangel Alves da Costa
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