*Rangel Alves da Costa
Qualquer
dia 2017 começará. Certamente não amanhã nem depois, mas qualquer dia o novo
ano começará, e já não será mais tão novo assim. Apenas mudanças no calendário,
na datação, mas de resto nada absolutamente mudou. Vive-se hoje o passado, nada
se faz agora que ainda não traga resquícios de ontem, do passado. As
preocupações são as mesmas, as contas novas de compras passadas, compromissos
assumidos e ainda não cumpridos, acertos de contas com coisas antigas. Nada se
fez ainda que fosse tão novo como o ano novo. Em tudo, as consequências de um
nefasto passado político que nunca acaba. Desemprego gerado ontem, caos
hospitalar já enraizado, aumentos e mais aumentos por fatores gerados ainda no
ano velho. Quer dizer, nada é novo no ano novo. Tem gente que se quer lavou a
roupa das festas do fim de ano. Muita geladeira ainda guarda resto de peru, de
farofa, de comida de festa. Tudo de ontem, tudo antigo, tudo distante. A única
coisa que já começou foi a certeza sempre renovada que as grandes esperanças
que semeamos correm o risco de serem aniquiladas quando o ano novo
verdadeiramente começar. E assim porque, infelizmente, quase nada de bom
podemos esperar neste país de decisões políticas, sociais e econômicas, que
sempre objetivam diminuir a dignidade do povo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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