*Rangel Alves da Costa
Poço Redondo, sertão sergipano, 3:30 da
madrugada deste domingo 10 de setembro. Acordar nesta hora e levantar para
abrir a janela, para avistar o mundo lá fora, fazer surgir interessantes
compreensões. Tempo ainda friorento, ainda pedindo agasalhos e cafés
quentinhos, mas um tempo bom de despertar. Há um silêncio profundo, uma paz e
uma calma por todo lugar. Ainda não há passos pelas ruas, ainda não se ouve
portas se abrindo ou os rangidos tão costumeiros no dia a dia. Os cães
adormecidos, os gatos já sonolentos pelos telhados, os seres da noite sumindo
perante a aurora que se aproxima. A cidade ainda dorme do cansaço de ontem, os
noctívagos já se recolheram. Os veículos e motocicletas ainda não fazem seus
barulhos insuportáveis. Somente os grilos cricrilam suas eternas canções pelos
escondidos da casa e mais adiante. Instantes dos sonos mais pesados para uns,
dos últimos sonos para outros. Logo as portas estarão abertas, as pessoas
despertadas para o amanhecer e a rotina se perfazendo em toda sua luta. Logo
mais o cheiro de pão quentinho do forno da padaria, o perfume do café
borbulhando na chaleira, o aroma do cuscuz já pronto para ser servido. Mas por
enquanto apenas o silêncio e a paz. E como e bom madrugar assim, acordar assim,
sentindo a alma desnuda desse instante de vida. E dizer bom dia ao dia que
assim amanhece.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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