*Rangel Alves da Costa
Todos os dias, desde as cinco da manhã, que
da Igreja Matriz ecoam cantos e outros ofícios da fé do povo sertanejo. Mesmo
com o tempo frio e chuvoso, nada impede que algumas mulheres, entre seis a oito
senhoras, se reúnam no templo principal da cidade para as suas louvações ao
alvorecer, aos santos, aos sagrados. Geralmente as mesmas beatas, com os mesmos
cantos, as mesmas ladainhas e as mesmas orações, assim procedem como a
despertar o Deus dos corações sertanejos. São ofícios que perpassam de gerações
a gerações e que se mantêm pela necessidade de fazer aflorar a religiosidade sempre
presente e forte no povo sofrido. Desperto ouvindo tais cantos e tais orações.
E se abro a porta e sigo em direção a igreja, basta olhar no seu interior, num
canto perto do altar, que todas serão avistadas, mesmo sonolentas, na sua
missão de fé de cada dia. Tudo como se pedissem proteção ao Senhor para a
cidade e o seu povo no novo dia que vai nascendo. Um Deus que sempre atende os
clamores desse povo na sua luta em meios de difícil sobrevivência.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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