*Rangel Alves da Costa
Vem a galope a sorte e o golpe, tudo vem.
Entre montanhas apitando, fumaçando, vai surgindo o trem. Será que vem, será
que vem? A esperança é o que se tem. Será que vem, será que vem? Responda
alguém. Será que vem, será que vem? Enquanto espero junto no bolso o vintém.
Dobro a camisa e a calça também. Já que não vem me vou além. Não sou mais eu.
Sou trem, sou trem. Sem ouro ou prata, com o vintém. No peito a fé, na mão o
bem. Partindo vou, sem um adeus a ninguém. Estrada de trilhos, sem vaivém. Por
que já vou, por que sou trem. Sou trem. Se nada veio, se ela não vem. Meu vou
também. Sozinho, sem mais ninguém. No trem, no trem que sou. Também.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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