*Rangel Alves da Costa
Abrir a janela e sentir no rosto a brisa boa
do entardecer. Não há prazer mais confortante na vida. Abrir a porta e sentir o
perfume bom da aragem que chega soprando paz. Caminhar pelos arredores e sentir
os sopros como canções chegadas sem voz. Balançam as folhagens, balançam as
galhagens, as folhas secas se movem e voam, por todo lugar há viagens pelo. Há
o vento soprando, há o sopro que tudo embala e até faz estremecer. Até aí tudo
suportável, pois assim esmo na natureza e na vida. Viver é querer a brisa,
viver é abraçar a aragem, viver é também suportar outros sopros que chegam.
Contudo, nada mais desalentador e temeroso quando os horizontes se fecham, as
janelas e portas batem pela fúria da ventania e da tempestade. O ser homem
deveria estar preparado para tais lufadas de dor e sofrimento, de angústias e
aflições, mas nunca está. E nunca está por que é frágil demais, é quase um nada
entre as forças maiores. Assim como uma folha seca de outono que é açoitada e
levada pelos espaços.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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