*Rangel Alves da Costa
Agora, na altura da leitura, já é dia e o sol
já se incumbiu de a tudo aquecer. Mas a noite era fria no instante deste
escrito. Mas não apenas o frio do clima, da estação, do período chuvoso, e sim
o frio da ausência, da saudade, da solidão, do querer ter o outro pertinho
feito cobertor. E não há frio mais gélido e nevoento que o frio noturno da
solidão. Não há vinho ou uísque que faça passar, não há lareira ou cama quente
que faça passar. É frio que adentra a alma, que consome as entranhas, que
atormenta a vida. Retratos de recordação, imagens de lembranças, pensamentos de
saudade, tudo como se jogasse em nudez numa fonte gelada. A vontade da
presença, o desejo de querer ter, a ânsia de abraçar, a necessidade de chegar
mais juntinho e se agasalhar bem dentro do outro. Sim, meu amor. É você mesma
que tanta falta me faz. Sobre mim despeje todo esse calor perfumado de amor!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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