Vida vaqueira
Bom dia sertão adiante
o galo nem bem cantou
e já levantei num rompante
a obrigação me chamou
e da luta sou seu amante
cavalo relincha a vida
roupa do homem é gibão
na oração a despedida
nos caminhos do sertão
pegar rês mais atrevida
o facheiro é meu irmão
cantando aboio e toada
os sonhos vão no bornal
catingueira já quebrada
pelo romper do animal
a rês na encruzilhada
o passarinho deu sinal
em correria o alazão
espinho lanhando a face
não há dor nem aflição
o sangue como disfarce
e a novilha pelo chão
na vaqueirama o desenlace
de vida vaqueira eu sou
de rosto todo lanhado
na vaqueirama um dotô
na fé meu anel dourado
assim sou feliz sim sinhô
vivendo a vida de gado.
Rangel Alves da Costa
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