Sem mágoas
As cores do
outono vão chegando
as flores e as
folhas do amor padecem
como fossem
suspirar pela última vez
o amor não é de
perfume eterno
nem de jardim
sempre belo e florido
além dos espinhos
surgem os outonos
de repente o
desencanto aflora
e os vendavais
espalham as esperanças
em redemoinhos
difíceis de suportar
e o que fazer
então perante o temor
de o amor amado
se tornar em desamor
e o desejo do
outro seja um vento levou
saber que tudo
vem e tudo passa
assim num
Eclesiastes de idas e vindas
e abrir a janela
para o sol que brilhará
e pela estrada o
que partiu avistar
retornando terno
e na leveza da paz
e então abrir a
porta e deixar entrar.
Rangel Alves da
Costa
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