*Rangel Alves da Costa
Como diria o poeta, ai que saudade que tenho
do que não está mais aqui, da bola de meia e de gude, o do rosário de aricuri.
Que linda a meninice, na despreocupação da criancice, correndo de canto a
outro, cuidando da peraltice. Pelas calçadas da tarde, ai meu Deus tanta
saudade, da vida sem ter maldade, o brinquedo de botão e o festejo em
irmandade. Hoje lembrando senti e aquele eu tempo revivi, o macasado de feira,
fatia de abacaxi, a correria do menino, a alegria do guri ao colocar no pescoço
rosário de aricuri. Tomar banho na biqueira, a nudez de brincadeira, sem
maldade ou besteira, a meninice verdadeira. Deixar a lama escorrer, água da
chuva beber, ir rolando nas calçadas e sem a barriga doer, e de repente a
chinela e a meninada a correr. Que saudade desse tempo e de outros que eu vivi,
naquele sertão a florir toda a beleza que vi, ser dono do sol e da lua e do
rosário de aricuri.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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