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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Palavra Solta - a lei eleitoral e a lei da política


*Rangel Alves da Costa


O legislador bem sabe que a lei eleitoral é totalmente inversa da realidade política. O próprio legislador sabe muito bem que o bom senso da lei não possui aplicabilidade nos meandros de uma campanha eleitoral. O legislador também sabe que legislar eleitoralmente é uma coisa, significando apenas dizer que há um regramento a ser obedecido. Mas o próprio legislador - enquanto político e candidato - tem a máxima convicção de que as coisas não funcionam bem assim. Ora, delimitar gastos de campanha é o mesmo que mentir para a sociedade. Dizer que a lei não permite a compra de votos nem o favorecimento a eleitores não basta, principalmente quando todo mundo sabe que não há política onde o dinheiro não role a rodo. E quem não tiver dinheiro que nem se meta em política. Toda e qualquer campanha exige gasto e muito gasto, muito além daquele limite legal estabelecido, seja para prefeito ou vereador. O povo é pobre, carente de tudo, e precisa de remédio, do pagamento de uma conta de luz ou de água, de um alimento qualquer, e não há lei que diga que esse mesmo povo não precisa receber ajuda. Daí sempre haver um descompasso entre a lei e a realidade eleitoral. Ou o candidato gasta muito, compra voto, barganha, de tudo faz, ou simplesmente será negado nas urnas. Eis que há uma lei própria na política: Todo voto pode ser comprado. E é assim que se faz. E por todo lugar.


Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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