*Rangel Alves da Costa
Sábado e domingo. Para muita gente, os dias
oportunos para passeios, visitas, curtições, baladas, farras, encontros e
reencontros. E eu no silêncio das paredes, na calada das horas, na mudez do
tempo. Sábado e domingo. Para muita gente, os dias voltados às limpezas e
varreduras, às faxinas e aos varais, às podas e aos quintais. E eu na solidão
da palavra, da escrita, catando letra e inventando um mundo, criando e
recriando a vida e a memória através do rabisco. Sábado e domingo, os dias
ocupados em praias, churrascos, feijoadas, guisados, macarronadas, compras e
passeios a shoppings, cinemas e degustações. E eu esperando a chuva, a chuva
que cai ao anoitecer, fininha levemente descida perante os meus olhos ao lado
do portão. Sábado e domingo, os dias alegres e festivos a muitos, os melhores
dias a tantos. E eu aqui, aqui no silêncio e na solidão, sem copo de vinho, sem
uísque ao lado, sem disco na vitrola. Apenas um incenso aceso, um retrato na
memória, uma escrita. E tudo.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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