Rangel Alves da Costa*
O menino sertanejo de outros tempos, sem
muita opção de brinquedo de plástico, o contentamento se dava com o que podia
ser encontrado ao redor. Então o brinquedo era o cavalo de pau, a bola de gude,
a bola de meia, a ponta de vaca, tudo aquilo que pudesse ser encontrado e
transformado em diversão. A sofisticação só havia no brinquedo vendido na
feira, pois objetos trabalhados no barro e na madeira. E nada mais encantador
que ganhar um boi de barro, um carrinho de madeira, um brinquedo diferente. Mas
nada igual a correr descalço pelos descampados, a brincar de pega-de-boi, a
tomar banho no riacho nas épocas de chuvaradas, a correr pelas ruas debaixo da
chuva, a saltar, a gritar, a ser verdadeiramente criança. E era como se o
espinho fugisse do pé, a pedra miúda não conseguisse alcançar, a ponta de pau
saísse do meio para a meninada passar. Daquele tempo, hoje somente a lembrança.
E como dói...
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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