Rangel Alves da Costa*
A natureza é sábia, disso ninguém pode
duvidar. E no seu livro nenhuma linha é desnecessária. Gesta e doma o seu
mundo, tudo dispõe sem acrescer ou faltar. Ao que o homem é desordem, no seu
seio a mais perfeita harmonia, ainda que se imagine a guerra entre os bichos e
as espécies mais fortes submetendo as mais frágeis. Basta um ligeiro olhar e
logo se perceberá o quanto ela instiga com sua ordem, o quanto surpreende com o
seu jeito próprio de viver as estações, o quanto tudo interage na sua vida. O
pássaro espalha o grão e novas plantas surgem em lugares distantes. A ventania
esvoaça a folhagem e aduba a vida. O simples bater de uma asa de borboleta vai
provocando transformações por todo lugar. Nela, na natureza, toda morte é
certeza de renascimento. Não há uma vida que a outra não possua serventia. Até
mesmo os gritos e barulhos que se alastram no seio seu servem como canção: a
trilha sonora da vida e do viver dos bichos, das plantas, dos mistérios, dos
escondidos. Contudo, uma perfeição que se perfaz até a chegada do homem.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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