*Rangel Alves da Costa
Sim, há prazeres na vida. Um prazer imenso
assim em sentar num batente de calçada com um povo bom, com um povo amigo, com
o conterrâneo. Um prazer indescritível em reencontrar aquele que é do mesmo
chão e da mesma raiz sertaneja, que está bem ali ao lado, mas que nossas
pressas sempre negam o reencontro. Que prazer gostoso em prosear, em dialogar,
em conviver com o povo de Curralinho, com o beiradeiro de Curralinho. Verdades
que os arvoredos mais frondosos já partiram e que os velhos troncos já foram
levados ao vento das existências, mas muito ainda ficou pelas calçadas altas e
pelas ruas humanamente singelas de Curralinho. Antigamente, do alto das
calçadas altas (construídas assim por causa das cheias frequentes do Velho
Chico), as senhoras se assentavam nas suas cadeiras de balanço para avistar as
tantas chegadas e partidas das grandes embarcações. Hoje só se avista saudades,
memórias do rio e nostalgias doces e dolorosas daquele passado bom. Mas meu
irmão ribeirinho, meu conterrâneo beiradeiro ainda está por lá. E o reencontro
se dá assim, nas calçadas, nos batentes, nos proseados cativantes e cheios de
alegria. Por isso que tanto amo esse povo, por isso que tanto amo Curralinho.
Este Curralinho fincado nas beiras do São Francisco, no sertão sergipano de
Poço Redondo, meu berço de nascimento.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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