*Rangel Alves da Costa
Já jurei a mim mesmo não mais pensar nela.
Todo dia repito e repito que não vou mais relembrá-la um só instante. Vivo
dizendo a mim mesmo que já acabou e pronto, e por isso mesmo é hora de
esquecê-la de vez. Evito música saudosa, evito locais que façam recordar, evito
tudo que possa trazê-la ao pensamento. Mas não tem jeito. Após o pôr do sol,
assim que a poesia da noite vem chegando e logo despertando uma junção de
sentimentos, então ela vem pela porta, pela janela, na luz do luar, por todo
lugar. Digo que não quero mais sofrer, repito que não adianta a ilusão do
querer sem nada ter, mas não tem jeito. Ela vem na canção da noite, ela vem na
brisa noturna, ela vem na estrela distante, ela vem no silêncio da hora. Ela
sempre vem de todo jeito. Então recordo seu beijo, relembro seu abraço, imagino
sua presença juntinho a mim, busco no pensamento nossos momentos de amor.
Sofro, choro, digo não, repito que não, que não quero mais pensar, não quero
mais recordar, não quero mais sua vida dentro de minha vida. Mas ela sempre
vem. Vem toda linda, toda nua, toda encantadora, toda ela na sua beleza e no
seu jeito lindo de ser. E novamente digo que não quero sofrer, não quero mais
chorar. Digo não, repito que não, que não quero mais pensar, não quero mais
recordar, não quero mais sua vida dentro de minha vida. Mas ela sempre vem. Mylla,
Myllinha, por que você vem tanto?
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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