*Rangel Alves da Costa
Caminhando pelas estradas do meu sertão, de vez em quando ainda
avisto uma moringa no umbral das janelas. Tem gente que faz assim, que deixa a
moringa refrescando na janela para o caso de um caminhante passar e deseje um
pouco d’água. Gente de coração bom, gente que não nega afastar a sede do
próximo, ainda que tantas vezes desconhecido. Outras vezes, porém, a quartinha
de barro adormece e amanhece à janela para que a família possa beber uma água
fresquinha e doce. Com efeito, não há água melhor que a da moringa, dormida na
aragem da noite e madrugada, e amanhecida como se numa geladeira estivesse. E
mais gostosa ainda depois do calor e da luta do dia. E muito mais gostosa se
tomada após experimentar um taquinho de doce ou de cocada. Comer da cocada do
tacho, fartar-se no coco açucarado, e depois encher a caneca de alumínio de
água doce. E quem sabe, após tudo isso, poder deitar numa rede de varanda, de
alpendre ou debaixo de pé de pau. Eita vida boa, meu Deus!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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