*Rangel Alves da Costa
Ei, Rangel, preciso dizer-lhe uma coisa.
Deixe de escrever besteiras, Rangel. Muitas pessoas não entendem o que você
escreve e acabam interpretando de outro modo, e sempre do modo que lhe
aproveita para criticar. Se você escrever sobre flor, muitos acabam comentando
que a culpa da flor ser de outra cor é da prefeitura. Se você escrever sobre a
brisa e a aragem do entardecer, vão dizer que o calor é culpa da prefeitura. Se
você escrever sobre o amor, certamente vão dizer que a prefeitura nunca se
preocupou com os sentimentos. Mas sei Rangel, que a culpa não é sua. Mas acaba
sendo, forçadamente acaba sendo, pois abre espaço para o que o infundado, o
maldoso e o malicioso ganhem voz. Mas também sei o quanto é difícil pra você.
Se nada escrever, podem até chamá-lo de conivente. Se é coerente com a
realidade, então já é bajulador. Se tece alguma crítica fundamentada, logo
passa a ser chamado de partidário. Que é contra isso ou aquilo. O que fazer
então, Rangel? Escrever apenas poesia? Não adianta. O mal está em quem traduz,
interpreta, e não na sua escrita. Então escreva em branco, escreva apenas em
branco Rangel, sem nenhuma palavra por todo o texto. Mas corre um grande risco
ao agir assim. Vão escrever nos espaços tudo o que você não quis dizer.
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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