*Rangel Alves da Costa
Simples ou majestosa, humilde ou
extravagante, toda cidade e toda povoação tem sua praça como marco principal.
Uma ou várias, praças façam parte do arranjo urbanístico e passam a fazer parte
da feição do lugar, servindo até como marco primeiro para o reconhecimento do
lugar.
Não se fala aqui em praças luxuosas das
cidades grandes, das grandes capitais, nem de jardins palacianos europeus, mas
tão somente da singeleza das praças interioranas. Grande parte da vida do lugar
sempre envolve a praça. Por ela todos passam, todos trafegam, todos se
encontram, todos conversam, todos gostam de permanecer por alguns instantes.
Como dito, as praças fazem parte do coração da cidade e por elas pulsa toda a
existência interiorana.
A Praça da
Matriz é geralmente a mais suntuosa do lugar. É nela que está a Igreja Matriz e
o recanto onde o visitante primeiro procura assim que adentra a cidade. Também
nela o orgulho maior do habitante, não só quando apresenta a paisagem como
cartão postal como quando passeia pelas suas curvas e seus contornos. Há sempre
árvores frondosas, sombreados, bancos para sentar enquanto medita ou o tempo
passa, para proseados com os amigos e conhecidos, mas também para namorar.
Houve um
tempo que em Poço Redondo foi assim, com praça bonita e florida, verdadeiro
orgulho para o seu morador. Uma só não, duas. A “Praça da Fonte Luminosa”, onde
hoje é a Praça Eudócia ou do “redondo”, era ainda mais atraente e festiva que a
Praça da Matriz. Nesta praça, após o anoitecer, uma verdadeira festa de luzes e
de encantamento, pois as águas subindo em meio a luzes multicoloridas, e em
meio a um sertão esturricado pelas constantes estiagens. Isso nos idos dos anos
80.
Após isso,
as mudanças havidas em nome de reformas e reconstruções, não somente
descaracterizam as praças como as transformaram em verdadeiros jazigos.
Canteiros que mais parecem imensas catacumbas, porém mausoléus sem flores e sem
nada. Na Praça da Matriz, fruto de uma engenharia das mais vergonhosas
possíveis, não há sequer um banco. Quem quiser sentar tem que ser na beirada de
“lá se sabe o que”. A feiura, apenas.
A Praça
Eudócia (ou do redondo, pois no meio há uma construção arredondada que serve
para jogatina durante o dia e namoros durante a noite), a que ainda possui aparência
de praça, precisa ser urgentemente reconstruída, pois totalmente desconfigurada
na sua finalidade. Para uma ideia, apenas terra dura em meio aos canteiros e
local de moradia de cachorros sem dono.
Como não
dá para fazer milagre na Praça da Matriz (ainda que seja defronte a Igreja),
não haverá outro remédio senão passar a máquina em cima de tudo, derrubar tudo
e das cinzas fazer renascer aquele cartão postal tão desejado pelo poço-redondo
e também pelo visitante. O desejo do povo é que no local seja realmente erguida
uma praça que novamente sirva de orgulho à população, que contenha equipamentos
bonitos e duradouros, que seja florida e preservada.
O desejo
do povo está, contudo, nas mãos do gestor atual. Que bons frutos venham de sua
capacidade administrativa. Desejamos que logo mais esse orgulho bom retorne aos
corações e sentimentos sertanejos. Poço Redondo merece. E como merece!
Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com
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